ENTREVISTA: Comandante da 5ª Companhia de Polícia Militar de Irará diz que qualquer aumento do efetivo traria melhoria na estrutura do policiamento

Capitão Vasconcelos - Cmt da 5ª CIA PM

O Capitão da Polícia Militar, Marcelo A. Santos Vasconcelos, Comandante da 5ª CIA PM, sede em Irará  tem sob o seu comando cinco cidades, fala nesta entrevista um pouco de sua carreira e do trabalho desenvolvido a frente da Companhia como também de outras jornadas na sede do Batalhão em Alagoinhas. Um jovem Oficial que já desempenhou várias funções na Corporação e que agora se dedica a segurança das populações de Irará, Água Fria, Ouriçangas, Pedrão e Aramari. vamos ao bate papo:

Blog de Tavares: Quem é o Cap Vasconcelos, quando começou a carreira e onde nasceu?

Capitão Vasconcelos: Tenho 30 anos e nasci em Alagoinhas. Tenho curso técnico em Química e estou no 8º semestre do curso de Educação Física na UNEB. Ingressei na Academia em 20/09/1999, formando 1º Tenente em 20/12/2002 e sendo promovido ao posto de Capitão em 02/07/2009. Antes de assumir o comando da 5ª CIA passei aproximadamente 6 anos trabalhando na Companhia Especial e no Serviço de Inteligência do Batalhão de Alagoinhas.

BT: Quando assumiu o Comando da 5ª CIA?

CV: Assumi o comando da Companhia em março de 2009.

BT: Qual o efetivo atual da CIA hoje?

CV: Aproximadamente 80 policiais, dispostos num total de 5 municípios: Irará, Água Fria, Ouriçangas, Pedrão e Aramari.

BT: Esse efetivo é o suficiente para fazer a segurança de Irará?

CV: Em Irará tenho aproximadamente 30 policiais, porém em razão da população e da área territorial do Município esse número não permite suprir a demanda da comunidade Iraraense.

BT: Quantos policiais seriam necessários para se fazer um Policiamento melhor?

CV: Qualquer aumento do efetivo traria melhoria na estrutura do policiamento.

BT: Além de Irará, o senhor comanda mais quatro cidades que compõem a 5ª CIA. O atual efetivo sob o Comando do senhor é o suficiente ou há a necessidade de se aumentar o efetivo por um todo?

CV: Diante dos problemas vivenciados nos Municípios, o mínimo para melhorar o policiamento seria dobrar o efetivo na sede da Cia e nos pelotões. Com duas guarnições por Município poderíamos cobrir a zona urbana e rural desses municípios.

BT: O ano passado ocorreram alguns homicídios em Irará, muitas das vítimas tinham envolvimento com o tráfico de drogas. Para o ano de 2012 existe algum programa ou projeto direcionado ao combate direto das drogas?

CV: Estamos intensificando as abordagens visando o combate a essa modalidade delituosa. Infelizmente o uso das drogas é um problema social, que necessita da participação de todos os setores da sociedade. Atribuo esse crescimento, principalmente a perda dos valores familiares e a deficiência na educação. E quando falo de educação, ressalvo a educação familiar. Os filhos perderam o respeito pelos pais. Se o jovem não respeitar as pessoas que lhe dedicam amor por toda a vida, com certeza não respeitarão os professores, os pares, as leis e muito menos a Polícia. 

BT: Além da PM existe a PC que juntas cuidam da segurança do município cada uma com o seu papel definido, existe um bom relacionamento entre o senhor e a Delagada de Polícia ou existem divergências que possam vir a travar a segurança dos cidadãos Iraraense?

CV: O relacionamento entre as duas Polícias é muito salutar. Infelizmente, assim como a Polícia Militar, a Polícia Civil também enfrenta problemas e o maior deles também é o efetivo reduzido.

BT: As duas polícias trabalham em conjunto? Se não, existe algum entendimento futuro para que isso aconteça?

CV: Trabalhamos em conjunto, mas é bom aproveitar essa oportunidade para diferenciar o serviço de cada Polícia. À Polícia Militar compete o policiamento ostensivo e preventivo. Utilizamos fardamento e viaturas padronizadas buscando evitar que as ocorrências existam. Se por ventura não cumprirmos essa missão e o delito acontecer, cabe então a Polícia Civil, identificar os delituosos e fazer com que o Judiciário penalize esses infratores.

BT: Todos sabem das dificuldades encontradas pela PM, principalmente nas pequenas cidades do interior como é o caso de Irará, em relação a verbas para a manutenção de viaturas, alimentação, material de expediente, água luz, móveis, telefone, ou seja, de uma estrutura completa para se manter funcionando. Como o senhor consegue administrar tudo isso sem verbas, o Batalhão dar apoio, o comércio ou a prefeitura?

CV: Grande parte dessas despesas ainda é assumida pelas Prefeituras. Existe um convênio entre a Secretaria de Segurança Pública e os Municípios, que permite que a Prefeitura possa utilizar parte de sua verba para auxiliar no funcionamento das Polícias. Além disso temos apoio do Batalhão e de alguns comerciantes. A Polícia Militar trabalha hoje com algumas viaturas locadas, o que minimiza os problemas relacionados à manutenção das viaturas. Acredito que existe uma tendência para que as Polícias busquem reduzir a dependência em relação a Administração Municipal.

BT: Esse mês de janeiro é um dos meses do ano em que o senhor terá muito trabalho, haja vista, que existem duas festas de grande porte em Irará e Água Fria, a de Água Fria já aconteceu o senhor poderia fazer um síntese do que foi a festa? e os preparativos para a festa de Irará que irá necessitar de um aumento de efetivo para conter as investidas dos marginais, como o senhor vai administrar isso? já existe reforços já destinados e quantos são?

CV: O Caju Fest esse ano deixou os Órgãos da Seguranção Pública muito felizes. Em três dias de festa, com um público surpreendente, não tivemos nenhuma ocorrência de gravidade. Para nós foi realmente um sucesso. Espero que a Festa da Padroeira em Irará transcorra da mesma maneira, e para que isso aconteça precisamos que os foliões participem do evento com muita paz e tranquilidade. Contaremos com um efetivo de aproximadamente 200 policiais distribuídos nos quatro dias de festa. Dentre os reforços destacamos o efetivo da CIPE-LN, que estarão reforçando as operações durente o evento. 

BT: A prefeitura vem dando o apoio necessário a vosso comando ou faz retaliações?

CV: A Prefeitura sempre que requisitada e dentro das possibilidades, atende as solicitações da Polícia Militar.

BT: Para terminar com essa entrevista, fique a vontade para falar algo mais a respeito da segurança de Irará e das outras cidades que comanda.

CV: Gostaria de destacar a importância da comunidade para a solução de alguns problemas de segurança. Podemos minimizar o problema do efetivo, otimizando o emprego do efetivo disponível através das denúncias e informações oferecidas pela comunidade. Essas denúncias são anônimas, e portanto não oferecem qualquer risco ao denunciante. Dessa maneira podemos direcionar as ações para os pontos críticos, colaborando para o tão almejado Bem Estar Social. E também fazer um apelo para que as pessoas não passem trote para o telefone 190, pois enquanto alguém está do outro lado da linha passando um trote outras pessoas podem está necessitando da proteção da Polícia Militar.